resumo de quase dois meses de afastamento

este é um post recorrente mas necessário pois sou daquelas pessoas que quando tem um trabalho em mãos a coisa é intensa e deixa pouco tempo para estar aqui.

mas aqui vai um resumo:

desde meio de fevereiro que estive "mais uma vez" a trabalhar em produção. desta vez não foi de cinema, foi de teatro. a empresa é pequena, as descoordenações mais que muitas e muito do trabalho que seria repartido acabou no meu colo.
a coisa deu-se.
entre patrocínios e hotéis, restaurantes e tecidos, sapatilhas e garrafões de água, contractos e fotografia, webdesign e cenário, as minhas horas correram.
depois de um ensaio/ante-estreia em lisboa lá foi a guerra de desmontar cenário e arrumar tudo o melhor possível para a viagem que se aproximava.
no inicio da viagem a carrinha alugada era duas vezes maior que o acordado, subiu-se 3 lanços de escada com tudo às costas até à carrinha e de seguida 3 horas de viagem mas lá chegou tudo ao algarve para a semana de preparação da estreia nacional.
os mesmos (que eram 2) lá montaram o cenário e no fim disso fui procurar lavandarias e afins que a coisa ainda estava para durar.
a equipa de acolhimento foi incansável e ficou surpresa com as funções que este vosso criado tinha de desempenhar tendo em conta que foi produtor executivo, fotógrafo, webdesigner, carregador, aderecista e paizinho.
houve de tudo: idas ao hospital, marcações e desmarcações de quartos, horários de refeições sem serem cumpridos, aturar pseudo vedetas e frustrados, ensaios que se estendiam até de madrugada, colegas preguiçosos, as festas dos outros, discussões em que senti vergonha de pertencer à equipa que pertencia, parasitas da roupa e produção que lá tinham o nome no cartaz e que fazerem alguma coisa foi mentira, 3 horas de sono por dia, gestão de dinheiros.
a estreia deu-se não sem antes haver discussões entre os de cá e os de lá por assuntos em que a razão estava nos que acolhiam e não nos visitantes. uma vergonha.
mais de 500 pessoas assistiram à estreia entre as quais altas individualidades.
no dia seguinte 300 pessoas assistiram à coisa e foi o fim.
lá se desmonta tudo, arrumam-se os camarins (enquanto quase todos iam para a grande festa de fim de peça) e no dia seguinte ala para lisboa, não sem antes andar a fazer acrobacias à beira rio com uma carrinha de 6 metros de comprimento e 2,5 metros de largura no cais do ginjal.
depois de tudo entregue e contas feitas veio o descanso.
refazer uma casa de banho com a cara metade, voltar à barca dos infernos e ir a reuniões em que quem as marca não aparece.

há quem o diga com flores, eu digo-o com cansaço: tão depressa não me apanham noutra.

3 comentários:

Simão disse...

oh meu amigo, que ja estavamos com saudades!

Essa tua aventura parece quase a chama olimpica a passar por Paris.

Abraço e maravilha-nos com os teus posts.

polegar disse...

ufa...
mas já passou, já passou...

agora é subir lanços de escadas com sanitas, lavatórios, mobília "dizem-que-portátil" do Ikea, ferragens e latas de tinta... muito mais leve ;)

Anónimo disse...

oh amigo como eu te compreendo.. a mim apanharam-me e muito mal, na companhia da pior pessoa com que podia partilhar o quarto... mas a mim tambem não me apanham noutra destas tão depressa :p

Beijinho: Dianinha da aldeia